2009-06-14

Santo António

Esta semana quase não te vi. Foi um período de feriados que terminou com a Festa de Santo António.
Ontem para minha surpresa estavas cá em casa e quando cheguei acordaste por um bocadinho. Ainda te consegui dar um beijinho. Vieste jantar com a Avó e segundo sei ensinar-lhe as nossas canções.
Como não tenho grandes novidades vou aproveitar para te explicar porque é que comemoramos em Lisboa o Santo António, quem foi e quais são as principais tradições.

QUEM FOI ?

O Santo de Lisboa.
Bem, verdade verdadinha, o santo padroeiro de Lisboa é São Vicente. Mas foi Santo António que conquistou o coração dos lisboetas, que lhe dedicam todos os anos o dia 13 de Junho, feriado municipal.
Ele é o santo casamenteiro, sempre associado à cidade que o viu nascer. Não importa se ele passou os últimos anos da sua vida em Pádua. Para os lisboetas, Santo António... é o Santo de Lisboa.Fernando de Bulhão, ou Santo António como ficou imortalizado para sempre na história da capital portuguesa, nasceu em Lisboa, provavelmente a 15 de Agosto de 1195, numa casa onde mais tarde se ergueu a igreja em sua honra.
Os primeiros estudos foram feitos na Sé de Lisboa e abraçou a vida religiosa em S. Vicente de Fora.
É ordenado sacerdote no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Diz a tradição que Fernando tinha uma memória extraordinária, sabendo de cor não só as Escrituras Sagradas como também a vida dos Santos Padres. Tornou-se frade franciscano e recolheu-se como Eremita nos Olivais.
Troca o nome para António em 1220 e é por essa altura que viaja para Marrocos, onde foi atacado por pestilência aquando da sua chegada. Passado um ano, quando regressava de barco a Portugal, uma forte tempestade arrastou-o para Itália, onde o destino haveria de o prender.
São Francisco convoca-o em 1221 para o Capítulo Geral da Ordem e ali, ele revela os seus talentos de orador a pregar perante os seus confrades.
Foi convidado a ensinar teologia nas escolas franciscanas de Bolonha, Montpellier e Toulouse, e é nomeado ministro provincial no Norte da Itália, em 1227.
Prossegue a sua carreira académica em Pádua, cidade onde viria a morrer em 1231.
É proclamado doutor da Igreja pelo papa Pio XII, em 1946, que o considera "exímio teólogo e insigne mestre e matérias de ascética e mística".

FESTAS E TRADIÇÕES

A 13 de Junho, a cidade de Lisboa pára. Na véspera, a cidade dançou, divertiu-se, leu pregões, cheirou manjericos e comeu sardinha assada.
Lisboa orgulha-se do seu santo e da tradição.
São os bairros mais populares os que mais importância dão ao seu santo. É aí que a velha Olissipo se afirma, que a tradição enobrece. O Castelo e Alfama vestem-se para receber o Santo, entre marchas e fitas coloridas. Nos largos onde desembocam as pequenas vielas e as íngremes escadarias, nascem esplanadas com sardinha assada, fitas coloridas e música de arraial. É um dos lados mais pitorescos de Lisboa, à noite, onde velhos e novos se juntam em alegre paródia. Os primeiros brindam à tradição; os segundos, porque qualquer razão é boa para brindar e dançar.
Associado ao Santo António está a sua característica casamenteira.
"Santo António, Santo AntoninhoArranja-me lá um maridinho..."
é um dos mais antigos pregões populares.
As décadas de 50 e 60 marcaram uma tradição que teve grande acolhimento popular na cidade de Lisboa: "As Noivas de Santo António". A iniciativa era patrocinada pelo jornal Diário Popular e por alguns comerciantes que ofereciam a indumentária para a boda. Actualmente, a Câmara de Lisboa retomou esta velha tradição, que perpetua a marca casamenteira de Santo António.

GASTRONOMIA

Na festa de Santo António, a gastronomia é tão importante como a religiosidade que lhes está associada. As sardinhadas e o caldo verde são a ementa desta festividade.”
Estes dados foram tirados do site: http://www.pititi.com/

Eu fui com uns amigos ver as marchas e comemorar oSanto António, subi ao castelo e desci a Alfama, um dos bairros mais antigos de Lisboa.
Pelo caminho li esta quadra que te dedico:

“Ó meu rico Santo António
Ao colo tens o Menino
Põe-me a mim no outro braço
Que ainda sou pequenino...”

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